Durante esta jornada de escrever semanalmente um texto sobre felicidade, lá no fundo tinha um receio. Temia que as pessoas me julgassem como sendo um insensível por refletir sobre este tema em tempos tão difíceis como o nossos. Até que um dia alguém me perguntou: com tanta coisa ruim acontecendo neste país, como você pode ficar falando sobre felicidade?

Acusei o golpe. Por instantes fiquei um pouco sem graça. Diria até mesmo, com uma certa vergonha. Sim, como ouso falar de felicidade neste contexto? Foi então que o meu lado são me resgatou deste caminho para onde minhas emoções estavam me levando. Deixei aquela pergunta me invadir pois somente assim poderia encontrar resposta para ela. Aqui está.

Quando a Europa estava se despedaçando pelo horror da segunda guerra e toda uma geração não via qualquer propósito na existência, eis que um cara chamado Viktor Frankil começou a falar insistentemente sobre o sentido da vida. Quando todos viam na ascensão de Nelson Mandela uma possibilidade de revanche numa nação dividida pelo ódio, eis que este ser iluminado começou a falar e agir em favor da reconciliação. Quando a Índia era dominada pelo imperialismo inglês espalhando ódio e servidão por toda parte, aparece um esquálido homem pregando uma resistência não violenta…

A lição deixada por esses gigantes é óbvia para mim: é justamente num Brasil marcado por dores, incertezas, instabilidades, infelicidades, que se faz o tempo e o lugar para refletir sobre felicidade. Com esses textos, desejei criar toda semana um espaço para descansar das más notícias e assim não permitir que as forças da infelicidade deem a última palavra.