Entendi o significado da palavra arte com mais profundidade ao assistir um documentário sobre Jiro Ono, reconhecido como o melhor “sushi chef” do planeta. Seu restaurante em Tóquio tem lugar para apenas dez pessoas. As reservas são feitas unicamente por telefone, sempre no primeiro dia de cada mês. Paga-se U$ 350,00 para degustar por cerca de meia hora, vinte peças do mais celebrado sushi do mundo. Foi lá quando em visita ao Japão que o ex-presidente Barak Obama jantou com o primeiro ministro.

Honestamente acho que na capital japonesa é possível encontrar outros sushis tão ou até mais gostosos e a preço mais acessível. Mas o que difere os sushis do Jiro é como são feitos. A arte de fazê-los é a única explicação por que são tão especiais. É uma arte que requer contínuo aprendizado, aperfeiçoamento, entrega, destreza, habilidade, recomeços, dedicação, inteligência, treino, tentativas, erros, acertos, persistência, disciplina, foco, amor…

Felicidade não é um milagre (Em tempo: milagre é um acontecimento sem uma causa natural). Ninguém é feliz assim do nada. A felicidade se parece com os sushis do Jiro, é fruto de uma arte, de uma construção cotidiana, na qual se misturam muito esforço e inspiração, intencionalidade e espontaneidade, estudo e intuição, conhecimento e sabedoria.

Diferentemente dos sushis do Jiro, a felicidade é uma arte acessível a todos e todas. À medida em que a vamos aprendendo podemos compartilhá-la com todo mundo. No restaurante da felicidade ninguém precisa fazer reservas ou pagar caro para sentar-se à mesa. Está disponível. Basta que ousemos aprendê-la, essa tal arte de ser feliz.